“Nem herói, nem culpado. Professor tem de ser valorizado!”
Semana de valorização dos professores ocorrerá em mais de 300 municípios de todo o País
Na quarta-feira
(24/4), ato público levará professores de todo o Brasil ao Congresso
Nacional. Ações reforçam a importância da valorização dos profissionais
de educação em sintonia com os debates nacionais sobre formação docente,
piso salarial, plano de carreira, condições de trabalho e avaliação da
docência
Maior evento temático, descentralizado e autogerido sobre educação no mundo, a SAM (Semana de Ação Mundial)
ocorre em mais de cem países. No Brasil terá início no próximo domingo,
21 de abril, em mais de 300 municípios de todos os estados do país, bem
como o DF, e vai até o próximo dia 28. Além desse período oficial,
atividades sobre os temas da SAM acontecerão ao longo do ano em todo o
país. Associações de bairro, sindicatos, secretarias municipais de
educação, creches, escolas, universidades, fóruns, conselhos de educação
e organizações não governamentais promoverão audiências públicas, aulas
abertas, seminários e atos lúdicos envolvendo suas respectivas
comunidades para o debate sobre a valorização dos profissionais de
educação.
Chegando à sua 11ª edição, a Semana de
Ação Mundial pela Educação é a realização de um debate em escala global
de temas comuns aos desafios enfrentados para alcançar uma educação
pública de qualidade em todo o mundo. É uma iniciativa da Campanha Global pela Educação e
acontece desde 2003 para exigir que os governos cumpram os acordos
internacionais da área, entre eles o Programa de Educação para Todos
(Unesco, 2000). No Brasil, a Semana é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, em parceria com outros movimentos, organizações e redes.
Junto com um Comitê Técnico composto por
11 instituições, a Campanha desenvolveu materiais com o tema “Nem
herói, nem culpado. Professor tem de ser valorizado! Ter bons educadores
e educadoras é direito da sociedade e dever do Estado”, levantando
dados e subsídios sobre a precariedade das condições de trabalho, os
desafios para a formação inicial e continuada de docentes, as
iniquidades na implantação do piso salarial nacional e plano de
carreira. Distribuídos em kits contendo folder, manual com sugestão de atividades, cartazes para divulgação e materiais complementares para
estimular o debate nas comunidades escolares e acadêmicas, a Semana
reforça a autonomia destes grupos com ações propositivas, sugestões de
atividades, materiais de referência e fortalece laços e ações locais. Ao
todo, mais de 500 eventos estão previstos para acontecer na Semana.
Ato público no Congresso Nacional – Junto
à SAM, a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação),
membro do Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e
do Comitê Técnico da SAM, organiza a 14ª Semana Nacional em Defesa da
Educação Pública e de Qualidade. Na quarta-feira (24/4), como atividade
conjunta das suas semanas, a CNTE realizará no Congresso Nacional um ato
público, com a participação de professores de todos os estados
brasileiros. Para o presidente da CNTE, Roberto de Leão, “a semana será
marcada por atos públicos, passeatas e mobilizações no Brasil inteiro. O
grande dia será o dia 24, quando reuniremos quase 1000 pessoas no
Congresso, e teremos manifestações nas câmaras de vereadores e deputados
em todo o país”.
Serviço:
11ª SAM (Semana de Ação Mundial), de 21 a 28 de abril em mais de 300 municípios
Ato público no Congresso Nacional, quarta-feira, 24 de abril, 11 horas
Para imprensa: Gabriel Mesquita e Thiago Teixeira, 11 3159.1243; 11 9.8156.0246
Destaques com referências para imprensa:
- Dados do Censo Escolar 2011 mostram
que na educação básica, não só cresceu o número de docentes, como
aumentou a proporção de professores com formação superior. O Brasil
possui hoje 2.039.261 de professores, um aumento de 15.513 profissionais
nos últimos dois anos. Desse total, 82% são mulheres e 22% trabalham em
duas ou mais escolas. Embora indiquem crescimento necessário da
população dos professores, estes dados reforçam a preocupação com a
formação e as condições de trabalho da categoria.
- Entre 2010 e 2011, a proporção de
professores com ensino superior que lecionam na educação básica cresceu
7,6%, mas a defasagem ainda é grande. Não possuem curso superior: 43,1%
dos professores da educação infantil, 31,8% dos anos iniciais do ensino
fundamental, 15,8% dos anos finais do ensino fundamental e 5,9% do
ensino médio.
- Dos mais de dois milhões de docentes
atuando na educação básica, 380 mil são alunos da educação superior,
sendo 185 mil matriculados em Pedagogia, que conta com mais de 110 mil
estudantes matriculados em cursos à distância.
Piso, Remuneração e Carreira
Sugestão: Thiago Alves (UFG), José Marcelino de Rezende Pinto (USP) e Heleno Araújo (CNTE)
- O salário médio dos professores no
Brasil é 38% menor do que o dos demais profissionais com nível superior
completo ou incompleto. De 47 profissões analisadas, a de professor de
ensino fundamental das séries iniciais figura na 31ª posição, com média
salarial de R$1.454 à época – menos do que ganhavam, em média,
corretores de imóveis (R$2.291), caixas de bancos (R$1.709) e cabos e
soldados da polícia militar (R$1.744). Além disso, 10,5% dos professores
da educação básica possuem uma segunda ocupação fora do ensino, ou um
“bico”.
- Dos 26 Estados mais o Distrito
Federal, 10 não pagam o piso salarial nacional do magistério: Alagoas,
Amapá, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e Sergipe. Outros 10 Estados não cumprem
integralmente a lei, pois não garantem que 1/3 da jornada de trabalho
seja para hora-atividade: Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul,
Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo, Tocantins. Apenas
Acre, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso, Pernambuco e Rondônia
cumprem a Lei do Piso.
Condições de trabalho, avaliação e desempenho
Sugestão: Thiago Alves, José Marcelino, Dalila Oliveira.
- O estudo de Alves e Marcelino,
“Remuneração e características do trabalho docente no Brasil: um
aporte”, revelou que 20% dos professores pertencem a famílias cuja renda
per capita é de até um salário mínimo. Dos entrevistados, 47,5% são os
principais provedores do lar.
- Na educação básica, 82% do magistério é
constituído por mulheres. Além das 40h semanais ou mais do trabalho
profissional, essas mulheres dedicam uma média de quase 22h semanais à
lida doméstica, com jornadas duplas e até mesmo triplas.
- Das 157.381 escolas públicas que
responderam o Censo Escolar 2011 (99,8% do total), só 46,8% possuem sala
dos professores, 27,4% possuem biblioteca, 14,8% têm salas para
leitura, 17,5% não possuem sanitário dentro do prédio, 14,3% não
oferecem água filtrada, dados que revelam as precárias condições
materiais que professores e alunos enfrentam cotidianamente .
- O Censo do Professor de 2009 revela
que praticamente em todas as áreas no ensino fundamental e médio há
professores que lecionam disciplinas para as quais não foram formados.
Os casos mais flagrantes são de disciplinas como química, física,
educação artística e língua estrangeira em que menos de 25% dos
profissionais possuíam formação específica compatível.
Formação Inicial e Continuada
Formação Inicial e Continuada
Sugestão de contato: Helena Freitas (Anfope) e Dalila Oliveira (Gestrado/UFMG)
- As instituições de ensino superior
(IES) privadas detêm aproximadamente 58% do total de matrículas de
licenciatura e pedagogia; grande parte em cursos noturnos e 51% das
vagas oferecidas à distância, em instituições exclusivamente de ensino,
em detrimento da pesquisa e extensão. Tais condições desfavorecem a
formação teórica e prática do magistério, o desenvolvimento de estágios
de docência e a formação cultural mais ampla, necessária à atuação
docente na educação básica.
Autor: Campanha Nacional pelo Direito à Educação
http://www.campanhaeducacao.org.br/?idn=1054
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