sexta-feira, 31 de maio de 2013

FINLÂNDIA: EXEMPLO DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

Como a Finlândia tornou-se exemplo de qualidade na Educação


Com um dos melhores sistemas de Educação do mundo, a Finlândia destaca-se por ocupar as primeiras posições nos principais rankings mundiais de análise da área, como o Programme for International Student Assessment – PISA e o Índice de Educação Global, da Organização das Nações Unidas – ONU. O segredo para se obter tais resultados é simples: “Educação faz parte da nossa cultura”, afirmou a diretora do Ministério da Educação e Cultura do país, Jaana Palojärvi, durante o Seminário Internacional sobre o Sistema Educacional da Finlândia.
O evento, realizado na última quinta-feira (23), reuniu representantes da educação finlandesa no Colégio Rio Branco, em São Paulo. A proposta era dar ensejo ao debate sobre a qualidade do ensino e a importância de inovar na educação básica e na superior. Palojärvi mostrou, de maneira geral, como funciona o sistema de ensino na Finlândia e afirmou que “é possível revolucionar o ensino de um país em algumas décadas”. É o que o país fez e continua fazendo desde 1970. “Há 40 anos, mudamos completamente o sistema de Educação. O nosso foco é oferecer ensino de qualidade gratuito a todos”, disse.
Para tanto, o governo finlandês destina 6% de seu Produto Interno Bruto – PIB à Educação. “Não sai tão caro para o país. Por isso, melhorar a qualidade de ensino não tem a ver necessariamente com investimento. É uma questão de organização, saber em que investir, nas reais necessidades do país”, comentou. Apenas 2% das instituições de ensino finlandesas são particulares, e mesmo estas são subsidiadas pelo governo.
Além disso, segundo a diretora, o padrão de ensino é o mesmo em todas as escolas e, por isso, as crianças passam a frequentar a instituição do bairro, que está mais próxima de onde elas vivem. “Cada escola é livre para criar seu próprio material de ensino. Isso faz toda a diferença, já que motiva os professores e incentiva novos modos de ensino, que acomodam as necessidades de cada criança”, explicou.
Valorização do professor
Na Finlândia, a carreira do professor é uma das mais populares. “Isso acontece porque o professor é bem preparado. Ele precisa ser graduado e ter um mestrado. Passa ainda por treinamento específico para dar aulas e tem plano de carreira. Por isso, ele tem autonomia para definir as práticas pedagógicas que vai usar em sala de aula”, explicou. Para o governo finlandês, isso estimula o professor a inovar e torna a profissão mais inspiradora.
Foco no aluno
O país não tem escolas de período integral. Segundo Palojärvi, “a qualidade do ensino existe na sala de aula, e isso se alcança com bons professores”. A criança só deve ingressar no sistema básico de educação aos sete anos de idade, onde permanece ao longo de nove anos. “Nós acreditamos que nossas crianças têm de ser crianças. Elas não têm de aprender a ler ou escrever antes dessa idade”, explicou a diretora.
O foco dos professores não é nos alunos que apresentam os melhores resultados na escola. “Pelo contrário, os professores tentam identificar aqueles que podem ter problemas, para conseguir mantê-los no sistema”, relatou. Os modelos pedagógicos sustentam diferentes estilos de ensino. “Existem crianças mais visuais, outras aprendem melhor com música, outras podem usar as mãos para compreender um novo conceito, entre outros”.
A tecnologia não é supervalorizada na Finlândia. Palojärvi conta que, embora os professores usem novos recursos tecnológicos, eles não são tão importantes. “São só ferramentas, não são o conteúdo, que é a chave de tudo”, ressaltou.
Para Marja Makarow, vice-presidente da Academia Finlandesa, o segredo da Finlândia para se destacar na área é basear-se no conhecimento, não no lucro. “Conseguimos gerar dinheiro por meio da educação. Na crise econômica que enfrentamos nos anos 1990, não cortamos o investimento na educação. Em menos de 10 anos, tivemos uma melhora explosiva na economia”, declarou. Kitte Marttinen, gerente de pesquisa da Haaga-Helia University of Applied Sciences, concluiu dizendo que “não é um milagre chegar a uma Educação de qualidade, é o resultado de um esforço contínuo da nação”.
Por Luana Costa / Blog Educação

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